domingo, 29 de janeiro de 2012

Uma prática comum cá em casa

Co Sleeping

Vi no blog do Santi e não podia deixar de partilhar visto que se adequa precisamente com o que se passa cá em casa.

O Martim foi dormir para o quarto dele sozinho aos 3 meses, só começou a dormir noites completas (entenda-se sem lhe dar biberão a meio da noite) por volta dos 13/14meses, até lá acordava de 4h em 4h para comer, ás vezes um pouco mais, mas não muito mais...

Com a chegada do Inverno, começou por dar umas escapadelas a meio da noite para o nosso quarto, nos voltávamos a deitá-lo e a noite prosseguia, aos poucos, por preguiça nossa, quando nos visitava a meio da noite, ficava a pernoitar, até cá foi banalizado, e actualmente é do senso comum cá em casa que a cama grande é dos três...

Quando conto esta situação os comentários dividem-se "ai que ele se habitua" (ao quês?!?!?) "quando tiver um mano quero ver como vai ser" (igual...?!?), blá bla, mas uma coisa que aprendi também, além de ouvir e fechar dentro de uma gaveta, é que no que diz respeito ao Co Sleeping existem dois tipos de pais, o que se assumem e os que são mentirosos.... ;) Como em tanta outra coisa no que a babys diz respeito, cada vez percebo mais que o filho do lado é que é o perfeito... Como diz a Mafalda, e bem, " se os nossos não fossem os maiores já tinham morrido á fome, com as melguices que nos dão"!

Este texto é perfeito para ajudar a entender um pouco mais esta prática tão comum de afecto e carinho (visão cor de rosa da coisa, para não me esquecer das dores com que acordo todos os dias dos pontapés que levo)


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Co Sleeping




O meu M. dorme muitas vezes na nossa cama, e por muitas vezes quero dizer quase todas as noites.
Já sei que muitas serão as vozes que se levantarão para me criticar, mas não me importo. Adoro deitar-me na cama e saber que estamos todos juntos.
Sei que em Portugal, os pediatras da velha guarda não tecem elogios ao Co Sleeping, mas já vi várias reportagens onde pediatras de renome mundial defendem este habito.
Como não sou (em nada na vida) fundamentalista, acho que cada familia é um mundo, e só ela pode saber o melhor para si.
Pesquisando sobre o tema, encontrei este texto, escrito por especialistas:

Co- sleeping, ou partilha de cama, é uma prática milenar que tem vindo a aumentar nas sociedades ocidentais. Na realidade, a prática de manter os bebés a dormir sozinhos desde a altura do nascimento é bastante recente nas culturas ocidentais (desde o XVII), existindo relatos de culturas que continuam a praticar a partilha da cama até aos 6 anos de idade e a amamentação em horário livre. Co-sleeping é uma opção cultural de 90% da população mundial (Young, 1998).


Mas de que se trata o co-sleeping? O termo refere-se a qualquer forma de partilha de ambiente de sono (cama ou quarto) entre um adulto cuidador e uma criança, próximo o suficiente para que qualquer um deles possa responder a qualquer estímulo sensorial.
Alguns estudos feitos nesta área, revelam-nos que a prática de colocar os bebés sozinhos nas suas camas tem repercursões ao nível da vinculção e da segurança física. A partilha de cama facilita a alimentação do bebé, proporciona um aporte extra de contacto sensorial com a mãe, promove o desenvolvimento e a vinculação do bebé e previne o Síndrome de Morte Súbita do Latente (SMSL).


DESENVOLVIMENTO


Vários estudos demonstram-nos que as respostas neurológicas de um bebé que se encontra junto à sua mãe acontecem aos cheiros, movimentos e toque maternos. Nestas condições, os bebés choram menos, respiram mais regularmente, usam a energia com mais eficácia, mantêm as tensões arteriais mais baixas, crescem mais rapidamente, têm menores níveis de stress e dormem melhor. Estes dados sugerem-nos que o contacto directo do bebé com a sua mãe facilita a maturação do seu sistema imunológico e neurológico, ainda imaturo.


O aumento do tempo de exposição do bebé à sua mãe, aumenta a produção de anticorpos por parte do bebé à flora materna, o que os protege contra algumas doenças.


VINCULAÇÃO


As mães que partilham a cama com os seus bebés, tem um instinto maternal mais intenso, como consequência directa do contacto pele a pele mais prolongado. No entanto, os benefícios da partilha de cama na vinculação não estão limitados à relação com a mãe, os pais também desfrutam de mais tempo de vinculação como consequência directa da partilha da cama com o seu bebé.


Hayws, Roberts e Stowe (1996), descobriram que os bebés que não partilham a cama com os pais, desenvolvem apego por um objecto de substituição (uma chucha, uma fralda ou boneco, por exº), e que na sua ausência, têm mais dificuldades em reagir à falta deste objecto.


Vários estudos referem-nos que a prática de partilha de cama entre mães e filhos, tem vários benefícios: os bebés passam a maioria da noite virados para as mães, raramente choram, e estas encontram-se altamente reactivas aos movimentos do filho, acordam com mais frequência e passam períodos maiores em estadios de sono leve (o que não aconteceria se dormissem sozinhas). Medoff & Schaefer (1993) associaram a diminuição de terrores nocturnos na infância ao co-sleeping.


Pais trabalhadores, que sentem que não passam o tempo que gostariam com os seus bebés, sentem que aumentam e consolidam a sua relação durante a noite, enquanto partilham a cama com o seu bebé.


AMAMENTAÇÃO


Organizações como a La Leche League International, a UNICEF ou a OMS recomendam o co-sleeping como forma de manter o aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de vida do bebé, já que a partilha de cama aumenta significativamente o número de mamadas nocturnas e o tempo de amamentação.


Uma mãe que amamenta e dorme com o seu bebé, dorme de maneira diferente de qualquer outra pessoa: ela adopta uma portura protectora, virada para o seu bebé, com um braço sobre ele, e uma perna por baixo, o que previne que se vire para uma posição de perigo na cama. Ela encontra-se mais reactiva aos movimentos do seu bebé e ambos dormem com sonos sincronizados. Por outro lado, as mães produzem níveis mais altos de prolactina.


PREVENÇÃO DO SMSL


A partilha de cama, especialmente associado ao aleitamento materno nocturno, confere, também, protecção contra o SMSL, já que os bebés são alimentados mais vezes, mantêm-se em estadios de sono mais ligeiros e coordenados com a mãe, e respondem melhor aos estímulos maternos- a respiração da mãe dá importantes pistas ao bebé, para que este mantenha o estímulo inspiratório após uma expiração. Se parilharem o espaço de sono, a mãe acorda automaticamente se houver uma paragem respiratória mais longa.


COMO FAZER A PARTILHA DE CAMA EM SEGURANÇA:


É de fundamental importância proporcionar ao bebé um ambiente com todas as condições de segurança para dormir. Algumas destas indicações de são puro bom senso, outras requerem algumas alterações estruturais do quarto.


Para a partilha de cama com os pais, é importante que todas as possibilidades do bebé cair da cama sejam eliminadas. Para isso, é necessário arranjar estruturas na cama que impeçam as quedas, como é o caso da utilização de grades ou a colocação da cama junto à parede, do lado onde o bebé irá permanecer. Neste caso, esta junção deve ser verificada todos os dias antes de deitar o bebé. Outra alternativa é colocar o berço junto à cama, sem grade e ao mesmo nível (neste caso, o berço deverá estar bloqueado e sem risco de se afastar da cama). Deve ser escolhido o lado da cama junto à mãe, evitando que o bebé permaneça no meio dos pais (nesta situação existe mais risco de SMSL, já que outros parentes não têm a mesma sensibilidade instinctiva que a mãe). As mães devem fazer o teste de acordar ao mínimo estímulo do bebé, se assim não for, devem considerar, então, a partilha de espaço e não de cama


A cama deve ser firme, plana e indeformável, pelo que camas de água, cama moles, sofás ou outras estruturas flexíveis devem ser evitadas.


Devem, também, ser eliminados todos os factores potenciadores do SMSL: evitar a utilização de edredons, cobertores muito pesados, peluches, e matérias que sobreaqueçam os bebés. O co-sleeping é, também, desaconselhado em famílias de pais com problemas de tabagismo, alcoolismo, toxicodependência, obesidade ou que estejam sujeitos a tratamentos com tranquilizantes, já que estes factores aumentam o risco de SMSL.


Para terminar, o bebé nunca deve ser deixado sozinho na cama.


CONCLUSÃO:


O co sleeping é uma prática controversa para alguns pediatras e pais, no entanto, pode fazer muito sentido para muitos outros. São as necessidades individuaus de cada família que devem determinar a escolha em relação ao co- sleeping, sendo que cada decisão deverá ser respeitada.


Não queremos terminar sem deixar de referir que uma criança que é igualmente estimulada pelos pais de noite e de dia está a fazer vinculação constante com estes. Crianças que se sentiram seguras dia e noite ao lado dos seus cuidadores irão tornar-se adultos que lidam melhor com as tensões inevitáveis da vida, já que desenvolvem uma base de confiança, auto-estima e segurança interior a que a poderá recorrer para enfrentar os desafios da vida.


Isabel Carvalho, Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia
Centro Pre e Pós Parto " in paiscriativos.blogspot

6 comentários:

Sónia disse...

A Sofia adora dormir ao pé de mim, quando o pai está fica connosco só um bocado no mimo a ver desenhos e depois pede sempre para ir para a cama dela, mas quando o pai trabalha dorme sempre comigo, e sabe tão bem :)
eu também dormi muitas vezes com os meus pais e soube sempre onde era a minha cama e gostava de lá dormir, mas de vez em quando sabe bem os mimos dos papás!

Matahari disse...

O Guilherme dorme na cama dele, no quarto dele e se não contarmos com as horas em que dormiu connosco porque adormeci a amamentar e ele acabou por ficar, nunca dormiu connosco. Ao fim de semana, quando acorda, vem para a nossa cama e todos gostamos.
Para nós é melhor assim, ele dorme bem e nós também.
Mas não critico quem opta pelo Co- Sleeping. Acho que cada familia deve perceber o que é melhor e ninguém tem nada que criticar!

Susana disse...

O meu é rara a noite em que não vem para a minha cama. E deixo-o ficar o resto do tempo até ser hora de acordar.Por razoes de saúde ele dormiu no meu quarto, na caminha dele, até quase aos 4 anos e agora quando mudou para o quarto dele aceitou muito bem :). Eu vou deixando-o vir para a minha cama enquanto ele quiser, pois ele mais tarde ou mais cedo vai deixar-se disso e não acho que fique mal habituado. Eu lembro-me que quando era pequena eu gostava sempre de ir dormir um bocadinho para ao pé da minha mãe e depois o meu pai quando vinha deitar-se levava-me para a minha cama e não fiquei mal habituada por isso, quando cheguei a uma certa altura deixei-me disso.Realmente a unica coisa que tenho contra é mesmo as dores com que acordo (tal como tu eheheh).
E para falar a verdade gosto tanto de o sentir ali ao pé de mim :)
Beijos.

pitoquitas disse...

No que toca a educação de um filho, ninguem deve apontar o dedo ao outro, ou dizer que está bem ou mal.Cada criança tem a sua forma de reagir aos estimulos dados pelos pais. E nem todas as crainças reagem da mesma maneira a mesma situação ou estimulo.Na minha opinão o co Sleeping,de todo é negativo para a crianças, se nos lembrar mos quando eras pequenos certamente nos recordaremos de como era bom e divertido dormir com os pais,acho que não seja muito positivo para a vida do casal, pois sabemos que quando os nosso filhotes tão acordados não temos tempo para a relação.
Mas se o casal acha que não precisa de tempo sozinho tem outras formas de escape, venha o Co Sleeping os nossos princepezinhos agradecem.

Anónimo disse...

Pois cá em casa a Madalena dorme na nossa cama. Se me perguntares se gosto, respondo que não, dá-me pontapés, destapa-se, destapa-me... Se me perguntares se me preocupo, respondo, não, nadinha. Cada família sabe como funciona melhor. Se o co-sleeping me garante que, pela manhã pais e filhos estão descansados, porquê fazer dramas? Antes o co-sleeping do que ir trabalhar de rastos porque não preguei olho por causa do choro da Madalena. Mais tarde ou mais cedo quererá ir para a sua cama. No que diz respeito à educação da Madalena opto por uma posição sem dramas. Mas "sem dramas" não quer dizer permissividade. Há impor regras e limites. A educação, o respeito e outros valores estão e estarão sempre presentes. Mil vezes criar uma filha educada e respeitadora do que uma criança egoísta e mimada, mas que faz tudo como "nos livros". Na educação da Madalena não vale a pena compará-la com os filhos dos outros. E depois, confesso há lá coisa melhor do que senti-la enroscar-se em mim antes de adormecer e, mesmo a dormir, dar-me beijinhos e abracinhos? Levaria pontapés até ao fim dos meus dias só para não perder esses momentos mágicos.
Beijos
Marta

A Fia e eu. disse...

Eu sempre fui adepta do co-sleeping .
A minha mãe é solteira e já conseguiu reunir os quatro filhos à volta dela na cama ! Eu e os meus irmãos adorávamos, e aos poucos fomos dormindo sozinhos até ficar só o Tio Más, que ainda continua lá metido !
Como ela me diz, daqui a uns anos a Sofia tenta a todo o custo nem dormir em casa, por isso mais vale mantê-la por perto - bem perto, leia-se - enquanto é tempo !
Só vivemos com os pai há cerca de seis meses, e desde que nasceu que praticamente dormimos as duas :)
Às vezes também queria dormir mais à vontade, só com o pai, mas afinal de contas ele não chega antes das 3h , e a essa hora ai de quem me acorde !
Estava com medo até de mencionar no blog o facto de serem cada vez mais comuns as noites a três, mas pelos vistos não acontece só conosco .
Hoje ela adormeceu no sofá, como quase sempre, pu-la na cama dela e não demorou nem 10 minutos a estar aqui ao meu lado ' Mamã, póxo nanar na tua caminha? '
Não podia estar mais de acordo com a pesquisa que fizeste, posso dizer que me sinto bem mais tranquila por saber que não estou a fazer mal nenhum .
Beijinho *