Que eu preferia que o Martim não tivesse de estudar... Portugal recorre a ajuda financeira externa, quando está numa posição tão vulnerável que nos vai custar um balúrdio.
Quando o governo caiu foram muitos os lenços brancos, mensagens de apoio á decisão do Eng Sócrates, e no entanto, ninguém parou para pensar, que do mal o menos, precisavámos de aprovar um PEC (4 que fosse) para que o país se organizasse, reestruturasse a sua dívida, e acima de tudo, ganhasse capacidade de quitação dos seus encargos.. Não fomos capazes, entrámos num despique e numa luta cega por poder, e esquecemo-nos do principal problema do país, que é económico.
O recurso a este tipo de ajuda, vai sem dúvida, levar o país a aceitar medidas bem mais austeras que qualquer PEC 1, 2, 3 ou mesmo 4... Vai permitir ao governo sacudir água do capote (porque afinal quem dita as regras do empréstimo, agora, serão "os outros"), mas vai fazer os portugueses desejarem o Sócrates de volta. Espero até que não venha a significar que o esforço até agora feito, tenha sido em vão, mas é uma possibilidade.
However, podemos olhar para a Grécia e Irlanda, mas não entrar já em alarmismos, porque são realidades diferentes, são países diferentes, e que adoptaram medidas diferentes em momentos distintos. (p. e o IVA). O pedido de ajuda, peca por ser tardio, porque nos deu menor poder de manobra, de negociação, e dá-se numa altura em que Portugal se assume como uma potência, muito fragilizada...
Agora, vamos tentar voltar-nos para o antigamente, para o pé de meia, para o gastar menos do que aquilo que ganhamos, sei que não é fácil, e, como sabem lido com isso diariamente, e pode parecer-vos conversa, mas de facto a lógica tem de ser poupar 1 é sempre melhor que 0.
Esta é sem dúvida uma página da História de Portugal, que não queria que o Martim estudasse, mas espero que possa orgulhar-se de ser de um país com capacidade de se ajustar e discernimento para aceitar que são necessárias medidas urgentes, são necessárias mudanças!
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